domingo, 14 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Direitos Humanos uma constante histórica
Especificações que podem ser identificadas no Código de Hamurabi, dados de 1960 antes de Cristo, com fundamentos sociais de preocupação com família, a dignidade humana, e principalmente restrição do controle e do poder. Corrente que também tivera presente na Idade Média, um período de separação de classes, em que as divisões sociais são duramente visíveis, houve mecanismos de contenção e limitação do poder estatal.
O certo que no decorrer de sua história a sociedade sempre se apegou em proteger e conhecer seus direitos, em criar formas de controle e proteção ao convívio humano, ao caráter social do individuo. Mesmo enfrentando, em cada tempo, barreiras, os direitos humanos foram se consolidando de acordo com as necessidades e violações que enfrentavam. Principalmente no abuso contra ao direito individual e coletivo de cada ser foram surgindo movimentos em proteção à dignidade humana.
Exemplos históricos disso foi a Magna Charta Libertatum, Inglaterra em 1215, outorgada pelo Rei João Sem-Terra, entre as garantias previstas estão dentro do Direito Penal e Tributário. País que também foi sede do Bill of Rights, em 1689, outorgado pelo Príncipe de Orange, mecanismo que fortaleceu o princípio da legalidade, tendo como regulamentador o Parlamento, verificando principalmente o direito da petição e a imunidade parlamentar.
Foram instrumentos importantes para criação dos Direitos Humanos, porque se choca com arbitrárias imposições políticas e religiosas daquele período, comprovando no século XVII um país que foi assombrado por rebeliões e guerras civis, porém foram leis que motivaram o fim da monarquia absolutista e uma grande alavanca dos direitos humanos. Porque foram as leis da Declaração Inglesa que proclamou a proibição de penas cruéis, as cobranças indevidas de impostos, a prisão sem culpa formada, o surgimento dos direitos individuais.
Outro fenômeno social de grande revalia para os Direitos Humanos foi a Declaração de Independência dos Estados Unidos, 1776, produção de Thomas Jefferson, principalmente no que diz a respeito à limitação de poder do estado, ou seja, o surgimento de um estado democrático e de direito com a preservação da dignidade humana. Os principais direitos humanos fundamentados foram a: liberdade religiosa, inviolabilidade de domicílio, devido processo legal, julgamento pelo tribunal do júri, ampla defesa, impossibilidade de aplicação de penas cruéis ou aberrantes, como em que toda uma família era presa por causa do crime praticado por um individuo.
Uma corrente política que proporcionou no Direito Constituicional um novo princípio de legitimidade política, a soberania popular, uma corrente democrática que traz um respeito à humanidade. Distinta da Declaração Inglesa que defende uma hegemonia religiosa baseada no poder legal como regra intacta, porém são documentos que trouxeram a liberdade e a igualdade de todos perante a lei, a maior referência que designa os Direitos Humanos.
Porém a Declaração de Direitos da Revolução Francesa, de 1789, foi o mais amplificado, sendo difundido na Europa, Ásia e América. Isso porque mais do que um movimento político de independência como a Declaração dos Estados Unidos, a corrente francesa proclamou os direitos humanos de forma universal, em uma tríade baseada na liberdade, igualdade e fraternidade, pregando o fim do ancién regime, que era constituído pela monarquia absoluta e privilégios feudais. Tão importante que foi o documento que conseguiu universalizar seus princípios e ser modelo para demais movimentos em outros países e regimes constitucionais dos principais governos democráticos do mundo.
Outro importante passo para os direitos humanos foi à fundação das Nações Unidas, ponto importante para o Direito Internacional Público, uma preocupação consciente e organizada sobre a questão no mundo. Que teve sua regulamentação em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a sua origem teve com as grandes violações cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente das crueldades dos campos nazistas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada com nenhum voto contrário e 46 votos favoráveis.
Elaborada a partir da Carta das Nações Unidas, retomando ideais franceses, declarou como valores supremos os direitos de liberdade, igualdade e fraternidade entre os seres humanos. Um sistema doutrinário e algo menos que um sistema normativo, trata-se de uma interpretação da Carta das Nações, esta que é um tratado de força vinculante entre os países que fazem parte das Nações Unidas.
Os direitos garantidos em cada geração são unos, não se dividem, por isso não tem como serem observados isoladamente. São documentos que trouxeram uma dinâmica e uma interação, se complementaram para a formação dos Direitos Humanos. A desencadeação desta foi responsável pelo surgimento de vários instrumentos internacionais e tratados que colaborou para o processo de universalização e generalização dos princípios reconhecidos e protegidos por mecanismos de controles supranacionais, no que ser refere a efetivação dos direitos humanos.A Declaração Universal não pode apresentar nenhuma pretensão de ser estática ou definitiva, pois os homens em cada momento histórico estão carentes por novos direitos e proteção para os mesmos, ainda que muitos deles relembrem o passado. Mais do que proclamá-los e preciso protegê-los. O que se tem a comemorar? Muitos dividendos e uma boa luta!
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Nas páginas goianas ...
Entre os Estados da Região Centro-Oeste, Goiás é onde mais foram verificadas mortes violentas – homicídios, suicídios ou provocadas por acidentes – em 2007, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. No Estado, segundo os dados da pesquisa divulgada ontem pelo órgão, o número de óbitos, nessa categoria, chegou a 3.430. O Mato Grosso vem na seqüência, com 2.249 mortes violentas registradas no ano passado; seguido do Mato Grosso do Sul, com 1.414; e do Distrito Federal, com 1.246.
Segundo Alessandro de Siqueira Arantes, supervisor de pesquisas sociais do IBGE em Goiás, o tráfico de drogas é a principal causa das mortes violentas.
Em 2006, 2.672 homens morreram de forma violenta em Goiás, contra 2.901 no ano passado – crescimento de 8,5%. Entre as mulheres, foram 495 e 529 óbitos, respectivamente, o que representa aumento de 6,8% no número de mortes no período de 12 meses.
Alessandro Arantes destaca que, pelas estatísticas do IBGE, a cada morte violenta de uma mulher no Estado, há 3,6 vezes mais chances desse tipo de óbito ocorrer com um homem. No Brasil, essa relação é de 3,9 vezes. No que diz respeito à idade das vítimas, a faixa etária de maior participação em mortes violentas vai dos 15 aos 24 anos, tanto entre homens quanto entre mulheres.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
O besteirol de hoje ...
E a culpa é do mordomo!
http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=15268043
- A observação simplista que relaciona a sociedade e Estado tem feito amargas destruições, com certeza a maior dela é que a unidade de formação é uma formadora, ou seja, cada um tem uma participação direta e primária na formação de um país, e em todas as categorias destas, sem falar que se o meio formasse o ser humano seriamos piores do que isso tudo e um bando de igualzinhos diferenciados, igual a idéia fora do normal do senso comum, época de Natal, tem os que acreditam em tudo. O presidente é diferente por culpar a parte dele, mas não convence com o diálogo sem lógica de projetos que não resolvem problemas alguns e só tem nomes surpreendentes e lindos.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Uma economia que assusta - umas palavras
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Pirataria e caos social na África

http://www.lefigaro.fr/lefigaromagazine/2008/11/22/01006-20081122ARTFIG00061--reportage-exclusif-en-somalie-chez-ces-bandits-des-mers-qui-defient-le-monde-.php
Histórias Reais
Marcos, 21 anos, a adrenalina poderia ser a droga natural perfeita, mas o dinheiro lhe dava outras emoções, aquelas pedras eram capazes de deixá-lo num êxtase surpreendente, uma viagem formidável. Pior não era acender um químico que lhe ardia a boca, mas era o rumo incerto que levava seus dias.
Juliana, 19 anos, muitos lhe dizia que perdeu sua vida ao ser mãe tão cedo, o bebê lhe trazia muitos encantos, mais do que a tatuagem que tinha com o nome do amor que a abandonou. Ela tinha perdido as esperanças, mas de vez em quando voltava a sonhar, com um vestido branco, algo que no cotidiano trocava por uma roupa vulgar, pior do que se prostituir era ter que vender crack para pagar seu próprio vício, a dependência não era seu maior erro, sim a insensatez de acreditar que tinha o domínio da própria vida quando não controlava nem seus impulsos.
Entre os números que narram o caos urbano, muitos escondem o verdadeiro contexto de uma parcela cada vez maior das vítimas da violência. Jovens, a maioria, homens, porém as mulheres também tem sido presença nas listas policiais, nas manchetes dos jornais em todo o país. Em alguns lugares o fenômeno social da qualidade de vida vem crescendo proporcionalmente junto com os números de roubos, homicídios e outros delitos.
A droga, o tráfico principalmente, tem sido segundo especialistas a principal causa de mortes provocadas, e tem avançado pelo território brasileiro, de acordo com o contexto de cada região. O Sudeste o tráfico movimenta de forma organizada, as mortes são ocasionadas por disputas entre traficantes por chefia nas comunidades, na disputa com as milícias, no confronto direto com os policiais e ações de controle e demonstração de poder entre líderes da atividade ilegal. O Centro – Oeste tem se dividido entre o transporte, tratam-se das principais de rotas de entradas de narcóticos como os subprodutos da cocaína, as mortes estão bem mais no confronto entre gestores do tráfico, em queima de arquivo, dívidas e brigas por controle; porém muitas dessas mortes também estão no confronto com a polícia e em disputas por gerências.
A diferença está na estrutura da organização, a região metropolitana dos estados que compõem a região do Centro Oeste, como o estado de Goiás e o entorno de Brasília, o tráfico está na mão de gerentes, pequenos traficantes, a disputa entre eles existem, mas as mortes segundo os próprios índices estão sendo motivadas por vindas de outros criminosos de demais estados. Bem mais preocupante do que o êxodo criminal, é a vinda de outros tipos de narcóticos para essas localidades, principalmente os subprodutos da cocaína, como o crack e a pasta base.
Assim como cresce o número de apreensões, cresce também o número de vítimas fatais dos acertos de conta e do confronto com a polícia, revelando o dado assustador de jovens que estão no topo da lista de assassinatos. Por trás destes índices, peritos criminais se vêem diante de fatos cada vez mais conflitantes, de um estado que não se vê preparado para conter a marginalidade dos fatos, tanto no tráfico como em crimes que provem deste, como assaltos a mão armada, furtos, entre outros. Profissionais da saúde são outros que se ver cobrados diante a chegada cada vez mais massiva, independente da classe social, de drogas com poder grandioso de dependência química e de destruição orgânica cada vez mais potente.
A análise dos números de fato tem assustado as principais cidades metropolitanas do Brasil, já que a violência é evidente a principal causa de morte em todas as capitais e grandes cidades da América Latina, porém a averiguação de cada nome e história desses dados tem trazido mais comoção à sociedade, muitos jovens ainda.
Índices de Violência (Secretarias de Segurança Pública/ Ministério da Justiça)
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Jornalismo de violência é bem violento
Somando um e outro, e mais outro, no final do ano uma outra prática também muito utilizada no jornalismo vem se o resultado, na capital já são cerca de 400 mortos. Muitos, o primeiro dado se dá uma manchete, a correria do cotidiano das redações anteriormente não percebeu que os dois jovens noticiados anteriormente eram mais do que 2, lendo outra estatística, trata-se de uma faixa etária predominante, jovens, e uma outra lacuna levantada pelas autoridades militares, envolvimento com o tráfico, as drogas.
Algo é comprovado números são bem mais do que representativos, símbolos quantitativos, representam uma realidade, é verídico que tem crescido cada vez mais, o número de jovens no sistema carcerário, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, mais de 70% do número total de reeducandos, e as manchetes, as notas, as matérias padronizadas revelam que são os jovens os que mais tem sido vítimas de assassinatos. Trata-se de um assunto que precisa ganhar as páginas dos jornais, os minutos do rádio e da televisão, mais do que uma simples soma de números, mas a contestação que jornalismo é ferramenta social. É necessário livrar-se da cartilha de completar, das contas primárias, do noticioso e principalmente da simples releitura de observações policiais.
Se o tráfico está matando tanto em Goiás, seria bom investigar, denunciar e retratar, para não cair na ladainha do favelado traficante, um dos maiores bordões preconceituosos estimulado pelo jornalismo brasileiro. Que esse não seja o nosso exemplo, porque as drogas ( lícitas e ilícitas) tem tirado a vida de muitos não só no estado, mas em boa parte das cidades da América Latina, sendo preocupação da Organização Mundial de Saúde, mas simplesmente colocar num papel ou numa fala que o jovem assassinado tinha envolvimento com drogas não resolverá a violência, nem muito menos a justificará.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
A CONSTITUIÇÃO DOS EUA

segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Frase do término de eleição!
Deputado Rubens Otoni, explicando que as decisões de agora com certeza dão início a corrida eleitoral de 2010 presidencial e do governo do estado de Goiás.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Obras para serem curtidas - lidos e aprovados
***** Livro lendário e ótimo filme ( Era uma vez ...)
Vozes do golpe - um voluntário da pátria - Zuenir Ventura, Carlos Heitor Cony,Fernando Verissimo e Moacyr Scliar
***** Não é bem um jornalismo literário mas um bom relato sobre o que o Brasil não deve esquecer e nem retornar
O livreiro de Cabul - Âsne Seierstad
***** Aventuras e aventuras do mundo da literatura
Dos delitos e das penas - Cesare Beccaria
***** Delito - desconserto Pena - recuperação
Legitima Defesa - Julio Fioretti
***** Criminologia e seus mistérios
Entre outras coisas ...
Octavio Paz
Grande idéia!
Zuenir Ventura
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
“Bandido bom não é Bandido morto...”
A ausência do respeito aos Direitos Humanos e o modelo perverso de se criminalizar a pobreza tem se perpetuado dentro da sociedade e da estrutura policial brasileira por diversas razões: a herança dos últimos vinte anos do modelo educacional, a falência da política de distribuição de renda, e o modelo policial de visão analógica em um mundo digital. A tolerância de alguns segmentos da própria sociedade que apóia este tipo de prática policial ajuda a propagar a idéia
equivocada de que “Direitos Humanos é para proteger bandido”, afinal de contas, quantas pessoas não acham que o “cidadão infrator” deve ser torturado, apanhar, quando roubou sua televisão, ou outros bens materiais, ou até morto pela polícia nos casos violentos?
Infelizmente é esse o verdadeiro sentimento de “Justiça”, na cabeça de muitos cidadãos brasileiros que perderam seus filhos vítimas da criminalidade, que assistem impotentes a burocracia institucionalizada de um processo levar quatorze anos para ser julgado.
O cidadão acredita por certo que esta atitude seja uma solução para “sublimar” seu sofrimento a dor da perda do ente querido e a emanação da ação efetiva do ideal de justiça buscado erroneamente pelo indivíduo.
Analisando o problema do ponto de vista sócio-cultural observamos que a violência policial tem raízes culturais muito antigas, desde o regime colonial em gênese até o presente momento e este paradigma têm uma relação diretamente proporcional à ineficiência do Estado que não qualificava os profissionais de segurança pública.
É difícil admitir, mas existe uma demanda dentro da própria sociedade em prol da prática da violência policial. É esta violência, que serve à sociedade dentro de diversos aspectos e circunstâncias, especialmente no tocante à solução dos crimes contra o patrimônio. Por este motivo, há uma dificuldade do Estado no âmbito da segurança pública, em mudar radicalmente esta visão equivocada da real missão do que é “Policia”.
Se falarmos na visão semióti ca de Jean-Claude-Monet, pois a polícia continua sendo uma forma de “controle da violência legítima do Estado”, como bem nos ensina Michel Foucault, referindo-se ao meta-modelo “panóptico” em seu livro “Vigiar e Punir” referindo-se que conseqüentemente haveria uma evolução do uso legítimo da força por parte dos organismos policiais.
A questão da democracia é então, um ponto de extrema importância nesse debate. Isso porque a violência policial, inevitavelmente, gera as mais graves violações aos direitos humanos e à cidadania, que são elementos inerentes ao regime democrático, pois a vida gregária gera inevitavelmente deveres e obrigações.
Hoje, a mesma sociedade que pensa na violência policial como “algo aceitável” no exercício da função, para a resolução de alguns crimes, sofre também seus “efeitos colaterais”. Com o aumento das soluções violentas adotadas por alguns policiais do passado, os bandidos respondem com mais violência ainda. Basta ver o que ocorre, atualmente, no Rio de Janeiro e São Paulo com os sucessivos ataques à polícia e demais organismos de Segurança Pública do Estado.A desvalorização da vida humana, implícita nessas idéias, contribuiu, sem dúvida, para esse espiral de violência, atingindo polícia e população. A indiferença da sociedade em relação à criminalidade acabou por tornar os bandidos indiferentes mesmo a sua própria vida.
A impunidade de policiais violentos e corruptos somaram-se aos mesmos fatores que fazem os infratores: a cultura do machismo, o “ethos” da guerra, a valorização da força física do indivíduo, a letalidade e alcance as armas de fogo, o domínio do dinheiro para o alcance de um status social. Toda essa violência volta como um forte eco para a sociedade, pois a família do policial assassinado: filhos, esposa, pais, irmãos estão inseridos na sociedade, a partir deste episódio esta família terá como bandeira, o jargão errôneo “bandido bom é bandido morto”.
Não pensemos que a violência policial é solitária. Desamparada, “ela é filha da sociedade” que inconscientemente a defende, apóia e incentiva, tornando o policial torturador ou espancador num “pseudocondenará no banco dos réus. Na mídia nacional, a exemplo disto, reproduz-se o estado a que chegamos. No Rio de Janeiro é de praxe as autoridades públicas confirmarem de forma “natural” que o morto “era um traficante” e não um “cidadão qualquer”, que comandava
o tráfico do morro “x” ou “y” como se o fato de ser “um cidadão infrator” isentasse naturalmente o crime.
“Menos um!” - repetem aliviados taxistas, frentistas, donas de casa, empresários, funcionários públicos, diante do cadáver. Não importa como o infrator foi morto, importa que ele era um bandido e que isso já basta para justificar a sua morte, não entendendo a sociedade que “bandido bom, não é bandido morto”, se a sociedade acreditar nisto será uma negação à Democracia e ao Estado de Direito que com tanta luta conseguimos.
* Capitão da Polícia Militar do Acre, tutor da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp),
especialista em Gestão Estratégica em Segurança Pública.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Comunicação: a virtude e os transtornos do diálogo
Talvez o pior sentimento que um paciente precisa enfrentar é as constantes mudanças que a doença causa ou pode ocasionar, e muitas vezes a falta de informação diante a isso é tão depressiva quanto às todas as reações psico-sintomáticas da enfermidade. O paciente busca com ansiedade respostas, caminhos e em muitos casos o seu meio não está preparado para tais, já que ninguém do seu círculo afetivo se prepara em seu cotidiano para enfrentar tais situações, de outro lado os profissionais em demais desafios vivem, dentro da atual realidade, sobrecarregados, mental e fisicamente tão despreparados, ou mesmo por autodefesa se distanciam ou se anulam diante os muitos fatos vividos pelo enfermo e os seus entes queridos.
O que responder a uma pessoa que têm constantes questionamentos, estes maiores muitas vezes que suas próprias esperanças, diante do estado crítico que enfrenta posição que o impede até de perguntar? O que dizer a uma pessoa que necessita escutar o que talvez seja impossível de dizer? Até onde vai a vontade própria e o respeito a essa quando a doença levou do paciente a vontade de lutar e o continuar de um tratamento? Entre todos os efeitos colaterais de uma enfermidade como o câncer para um paciente talvez o mais doloroso sejam os questionamentos, o medo de não ter respostas e destas não chegar ao seu real objetivo, mais do que se sentir enganado, ou muitas vezes invadido.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
O eleitor está frio e distante
por Paulo Moura
Professor[25/09/2008]
Nos últimos meses tive oportunidade de viajar por vários municípios do interior do Rio Grande do Sul e, com raras exceções, na maioria deles tive a impressão de que não está acontecendo uma eleição. Conversando com agentes políticos ouvi o mesmo relato sobre outros municípios do estado. Não sei se o mesmo está ocorrendo no resto do país, mas tenho a impressão que sim.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Nepostismo? Ameaça a Democracia
O termo nepotismo aparece regularmente nos noticiários brasileiros, entre manchetes, polêmicas e decisões judiciais. A prática no país, que pode ser fruto das capitanias hereditárias e nomeações portuguesas do período colonial, continua sendo exercida com tranquilidade pelo poder executivo. De acordo com o Dicionário de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, a expressão deriva de nepos, espécie de escorpião, cujas crias assentando-se sobre o dorso materno, devoram-no pouco a pouco.
O ato seria nada mais do que favorecimento pessoal, meio encontrado por governantes de visar somente o seu interesse particular e de parentes. Usando da autoridade e da representividade conseguida pelo ato eleitoral, políticos nomeiam um ou mais parentes próximos para o serviço público, facilitando favores. Algo que normalmente pode ser visto ainda na esfera pública, entre funcionários públicos concursados, principalmente em cargos importantes. Esta indicação familiar é comumente chamada de “pistolão” ou mesmo “empreguismo”.
Uma prática antiga
O “nepotiar” é uma realidade antiga do Brasil, que esconde mil facetas e está longe de ser banida. Porém, a ação não é exclusividade brasileira. O nepotismo já era algo debatido pelos franceses antes de sua Revolução (1789). Talvez teve seu surgimento no Feudalismo, ou bem pode ser parte da mente humana de controle a partir do poder. O costume milenar é algo próximo ao controle tirano, em que o poder precisa ficar na mão de poucos para assim obter o controle total. Algo que para muitos deve ser exagero quando se trata apenas de uma indicação familiar, o nepotismo mediaticamente quase sempre é visto apenas como um simples arranjo político.
A sociedade vê com má fé a violação aos princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa, assim como o Ministério Público Federal que recentemente pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigasse a contratação de parentes do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), do deputado Ciro Nogueira (PP-PI) e do senador Efraim Moraes (PFL-BA) sem concurso público. O advogado goiano Felipe Mendes afirma que vê a “nomeação de parentes” como uma perda da política brasileira. “Quem perde com esta falta de compromisso não é só a União e tão pouco o Presidente da República, é a população que precisa cada vez mais contribuir com o rombo do setor público e a perda dos benefícios sociais.” Também contrária ao nepotismo, a dona de casa Eliseth Araújo acha que os políticos contratam parentes e amigos próximos para acobertar seus desvios.
O nepotismo, assim como a corrupção e outras falhas políticas, faz com que o país seja desigual, até mesmo desumano. Pois é preciso estar ligado ao poder para se beneficiar de direitos básicos de cidadania. O desvio de dinheiro e benefícios está na maioria das vezes ligado ao favorecimento pessoal de membros dos três poderes. A sociedade perde não só o respeito pelos seus representáveis, como também, a garantia de que a Constituição e a Democracia são respeitadas como foro de cidadania.
Atitudes “nepóticas” engrenam a política do favorecimento, do enriquecimento ilícito, da minorização do poder. O que resulta ao país uma imagem de regresso colonial, onde o absolutismo nomeia motivado pelo interesse pessoal, seja ele religioso ou então simplesmente mercantil (contemporâneo capitalismo). Sejam facetas realizadas por um presidente da Câmara, como Severino Cavalcanti ou pelo prefeito de um Distrito qualquer. E tão pouco importa se os beneficiados são diplomados ou mesmo analfabetos. A discussão se parte pelo princípio, o nepotismo é o ato da morte, da morte da democracia.