quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Uma economia que assusta - umas palavras

Talvez historicamente nunca uma crise nunca foi tão anunciada como a do fechamento do ano de 2008, segundo dados da Reuters News os bancos americanos devem ter perdas em torno de US$ 44 bi nesse último trimestre, e o dólar alcança num período de grande desvalorização. O mercado se fecha, a tensão apavora vários setores, porém alguns comemoram diante a tribulação da economia.
Que a crise que modifica o cotidiano dos principais mercados consumidores mundiais, como Estados Unidos, Ásia e Europa, resulta em modificações no cenário de vários outros países, principalmente de economias em desenvolvimento, atrapalhando crescimentos de nações, citando o Brasil e a própria China. Porém mais do que uma crise sentida nos bancos mundiais, estampadas nos principais jornais e analisadas por peritos, boa parte do mundo se vê diante uma mudança do cenário mundial, uma crise de valores.
Entre moedas, o emergente euro, impactante garante estabilidade de um nação que historicamente fez o comércio mundial ( leia-se Expedições e Comércio Exterior - Globalização), e uma nação que se fortaleceu no exemplo da Democracia e Constituição, simbolizando o marcante dólar. Diante todas as contradições aprendizes vêem seus mestres em declínio, mas do que bolsas e cotações, caem modelos de mercado, rompem-se tradições e linhas de pensamento de uma estrutura que não consegue comportar todas as necessidades de consumo.
A crise econômica talvez exista com toda altivez que está sendo divulgada, onde muitos especuladores tem conseguindo ganhar mais do que dinheiro e lucro, ganha sobretudo liderança. Porém assusta mais ainda a economia mundial que perde dia após dia suas linhas de sustentação. Imagino, também já li algumas idéias iguais em veículos especializados em economia, que mais do que notícias, esse fato vai render novos rumos e experiências sobre gestão econômica, sobretudo com um olhar crítico mais social. E não foi só porque o presidente norte-americano é negro e tem coragem de dizer que cometeu uma série de deslizes antes de sua ascensão política, simplesmente porque o velho capitalismo perde força diante ao acaso dos dias atuais.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pirataria e caos social na África


Reportage exclusif en Somalie chez ces bandits des mersqui défient le monde





Le détournement d'un superpétrolier saoudien chargé de brut au large de la Somalie illustre l'incroyable audace dont font désormais preuve les pirates de la région. Nos reporters sont allés à la rencontre de ces pillards des mers qui contrôlent l'une des routes maritimes les plus stratégiques au monde.



http://www.lefigaro.fr/lefigaromagazine/2008/11/22/01006-20081122ARTFIG00061--reportage-exclusif-en-somalie-chez-ces-bandits-des-mers-qui-defient-le-monde-.php





Histórias Reais

Júlio César, 15 anos, seu maior erro não era a benzina que experimentou aos 13 anos, nem o baseado que curtia desde o 14, a grande tragédia foi colocar as suas vontades acima de todos os sentimentos, inclusive o amor próprio.


Marcos, 21 anos, a adrenalina poderia ser a droga natural perfeita, mas o dinheiro lhe dava outras emoções, aquelas pedras eram capazes de deixá-lo num êxtase surpreendente, uma viagem formidável. Pior não era acender um químico que lhe ardia a boca, mas era o rumo incerto que levava seus dias.


Juliana, 19 anos, muitos lhe dizia que perdeu sua vida ao ser mãe tão cedo, o bebê lhe trazia muitos encantos, mais do que a tatuagem que tinha com o nome do amor que a abandonou. Ela tinha perdido as esperanças, mas de vez em quando voltava a sonhar, com um vestido branco, algo que no cotidiano trocava por uma roupa vulgar, pior do que se prostituir era ter que vender crack para pagar seu próprio vício, a dependência não era seu maior erro, sim a insensatez de acreditar que tinha o domínio da própria vida quando não controlava nem seus impulsos.


Entre os números que narram o caos urbano, muitos escondem o verdadeiro contexto de uma parcela cada vez maior das vítimas da violência. Jovens, a maioria, homens, porém as mulheres também tem sido presença nas listas policiais, nas manchetes dos jornais em todo o país. Em alguns lugares o fenômeno social da qualidade de vida vem crescendo proporcionalmente junto com os números de roubos, homicídios e outros delitos.

A droga, o tráfico principalmente, tem sido segundo especialistas a principal causa de mortes provocadas, e tem avançado pelo território brasileiro, de acordo com o contexto de cada região. O Sudeste o tráfico movimenta de forma organizada, as mortes são ocasionadas por disputas entre traficantes por chefia nas comunidades, na disputa com as milícias, no confronto direto com os policiais e ações de controle e demonstração de poder entre líderes da atividade ilegal. O Centro – Oeste tem se dividido entre o transporte, tratam-se das principais de rotas de entradas de narcóticos como os subprodutos da cocaína, as mortes estão bem mais no confronto entre gestores do tráfico, em queima de arquivo, dívidas e brigas por controle; porém muitas dessas mortes também estão no confronto com a polícia e em disputas por gerências.

A diferença está na estrutura da organização, a região metropolitana dos estados que compõem a região do Centro Oeste, como o estado de Goiás e o entorno de Brasília, o tráfico está na mão de gerentes, pequenos traficantes, a disputa entre eles existem, mas as mortes segundo os próprios índices estão sendo motivadas por vindas de outros criminosos de demais estados. Bem mais preocupante do que o êxodo criminal, é a vinda de outros tipos de narcóticos para essas localidades, principalmente os subprodutos da cocaína, como o crack e a pasta base.

Assim como cresce o número de apreensões, cresce também o número de vítimas fatais dos acertos de conta e do confronto com a polícia, revelando o dado assustador de jovens que estão no topo da lista de assassinatos. Por trás destes índices, peritos criminais se vêem diante de fatos cada vez mais conflitantes, de um estado que não se vê preparado para conter a marginalidade dos fatos, tanto no tráfico como em crimes que provem deste, como assaltos a mão armada, furtos, entre outros. Profissionais da saúde são outros que se ver cobrados diante a chegada cada vez mais massiva, independente da classe social, de drogas com poder grandioso de dependência química e de destruição orgânica cada vez mais potente.

A análise dos números de fato tem assustado as principais cidades metropolitanas do Brasil, já que a violência é evidente a principal causa de morte em todas as capitais e grandes cidades da América Latina, porém a averiguação de cada nome e história desses dados tem trazido mais comoção à sociedade, muitos jovens ainda.



* Dados: OMS - Global Campaign for Violence Prevention - http://www.who.int/

Índices de Violência (Secretarias de Segurança Pública/ Ministério da Justiça)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Jornalismo de violência é bem violento

Primeira pauta para segunda - Checar número de acidentes de trânsitos e ocorrências policiais. Trata-se de algo tão automático, que são muitos os profissionais da imprensa ( repórter e editor) usa apenas os velhos bordões, já chega na delegacia com um pré-texto montado e faz o dever de casa como uma criança do primário, completa só os números e os nomes dos personagens envolvidos, na edição de texto é a mesma coisa.

Somando um e outro, e mais outro, no final do ano uma outra prática também muito utilizada no jornalismo vem se o resultado, na capital já são cerca de 400 mortos. Muitos, o primeiro dado se dá uma manchete, a correria do cotidiano das redações anteriormente não percebeu que os dois jovens noticiados anteriormente eram mais do que 2, lendo outra estatística, trata-se de uma faixa etária predominante, jovens, e uma outra lacuna levantada pelas autoridades militares, envolvimento com o tráfico, as drogas.

Algo é comprovado números são bem mais do que representativos, símbolos quantitativos, representam uma realidade, é verídico que tem crescido cada vez mais, o número de jovens no sistema carcerário, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, mais de 70% do número total de reeducandos, e as manchetes, as notas, as matérias padronizadas revelam que são os jovens os que mais tem sido vítimas de assassinatos. Trata-se de um assunto que precisa ganhar as páginas dos jornais, os minutos do rádio e da televisão, mais do que uma simples soma de números, mas a contestação que jornalismo é ferramenta social. É necessário livrar-se da cartilha de completar, das contas primárias, do noticioso e principalmente da simples releitura de observações policiais.

Se o tráfico está matando tanto em Goiás, seria bom investigar, denunciar e retratar, para não cair na ladainha do favelado traficante, um dos maiores bordões preconceituosos estimulado pelo jornalismo brasileiro. Que esse não seja o nosso exemplo, porque as drogas ( lícitas e ilícitas) tem tirado a vida de muitos não só no estado, mas em boa parte das cidades da América Latina, sendo preocupação da Organização Mundial de Saúde, mas simplesmente colocar num papel ou numa fala que o jovem assassinado tinha envolvimento com drogas não resolverá a violência, nem muito menos a justificará.