
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
A CONSTITUIÇÃO DOS EUA

segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Frase do término de eleição!
Deputado Rubens Otoni, explicando que as decisões de agora com certeza dão início a corrida eleitoral de 2010 presidencial e do governo do estado de Goiás.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Obras para serem curtidas - lidos e aprovados
***** Livro lendário e ótimo filme ( Era uma vez ...)
Vozes do golpe - um voluntário da pátria - Zuenir Ventura, Carlos Heitor Cony,Fernando Verissimo e Moacyr Scliar
***** Não é bem um jornalismo literário mas um bom relato sobre o que o Brasil não deve esquecer e nem retornar
O livreiro de Cabul - Âsne Seierstad
***** Aventuras e aventuras do mundo da literatura
Dos delitos e das penas - Cesare Beccaria
***** Delito - desconserto Pena - recuperação
Legitima Defesa - Julio Fioretti
***** Criminologia e seus mistérios
Entre outras coisas ...
Octavio Paz
Grande idéia!
Zuenir Ventura
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
“Bandido bom não é Bandido morto...”
A ausência do respeito aos Direitos Humanos e o modelo perverso de se criminalizar a pobreza tem se perpetuado dentro da sociedade e da estrutura policial brasileira por diversas razões: a herança dos últimos vinte anos do modelo educacional, a falência da política de distribuição de renda, e o modelo policial de visão analógica em um mundo digital. A tolerância de alguns segmentos da própria sociedade que apóia este tipo de prática policial ajuda a propagar a idéia
equivocada de que “Direitos Humanos é para proteger bandido”, afinal de contas, quantas pessoas não acham que o “cidadão infrator” deve ser torturado, apanhar, quando roubou sua televisão, ou outros bens materiais, ou até morto pela polícia nos casos violentos?
Infelizmente é esse o verdadeiro sentimento de “Justiça”, na cabeça de muitos cidadãos brasileiros que perderam seus filhos vítimas da criminalidade, que assistem impotentes a burocracia institucionalizada de um processo levar quatorze anos para ser julgado.
O cidadão acredita por certo que esta atitude seja uma solução para “sublimar” seu sofrimento a dor da perda do ente querido e a emanação da ação efetiva do ideal de justiça buscado erroneamente pelo indivíduo.
Analisando o problema do ponto de vista sócio-cultural observamos que a violência policial tem raízes culturais muito antigas, desde o regime colonial em gênese até o presente momento e este paradigma têm uma relação diretamente proporcional à ineficiência do Estado que não qualificava os profissionais de segurança pública.
É difícil admitir, mas existe uma demanda dentro da própria sociedade em prol da prática da violência policial. É esta violência, que serve à sociedade dentro de diversos aspectos e circunstâncias, especialmente no tocante à solução dos crimes contra o patrimônio. Por este motivo, há uma dificuldade do Estado no âmbito da segurança pública, em mudar radicalmente esta visão equivocada da real missão do que é “Policia”.
Se falarmos na visão semióti ca de Jean-Claude-Monet, pois a polícia continua sendo uma forma de “controle da violência legítima do Estado”, como bem nos ensina Michel Foucault, referindo-se ao meta-modelo “panóptico” em seu livro “Vigiar e Punir” referindo-se que conseqüentemente haveria uma evolução do uso legítimo da força por parte dos organismos policiais.
A questão da democracia é então, um ponto de extrema importância nesse debate. Isso porque a violência policial, inevitavelmente, gera as mais graves violações aos direitos humanos e à cidadania, que são elementos inerentes ao regime democrático, pois a vida gregária gera inevitavelmente deveres e obrigações.
Hoje, a mesma sociedade que pensa na violência policial como “algo aceitável” no exercício da função, para a resolução de alguns crimes, sofre também seus “efeitos colaterais”. Com o aumento das soluções violentas adotadas por alguns policiais do passado, os bandidos respondem com mais violência ainda. Basta ver o que ocorre, atualmente, no Rio de Janeiro e São Paulo com os sucessivos ataques à polícia e demais organismos de Segurança Pública do Estado.A desvalorização da vida humana, implícita nessas idéias, contribuiu, sem dúvida, para esse espiral de violência, atingindo polícia e população. A indiferença da sociedade em relação à criminalidade acabou por tornar os bandidos indiferentes mesmo a sua própria vida.
A impunidade de policiais violentos e corruptos somaram-se aos mesmos fatores que fazem os infratores: a cultura do machismo, o “ethos” da guerra, a valorização da força física do indivíduo, a letalidade e alcance as armas de fogo, o domínio do dinheiro para o alcance de um status social. Toda essa violência volta como um forte eco para a sociedade, pois a família do policial assassinado: filhos, esposa, pais, irmãos estão inseridos na sociedade, a partir deste episódio esta família terá como bandeira, o jargão errôneo “bandido bom é bandido morto”.
Não pensemos que a violência policial é solitária. Desamparada, “ela é filha da sociedade” que inconscientemente a defende, apóia e incentiva, tornando o policial torturador ou espancador num “pseudocondenará no banco dos réus. Na mídia nacional, a exemplo disto, reproduz-se o estado a que chegamos. No Rio de Janeiro é de praxe as autoridades públicas confirmarem de forma “natural” que o morto “era um traficante” e não um “cidadão qualquer”, que comandava
o tráfico do morro “x” ou “y” como se o fato de ser “um cidadão infrator” isentasse naturalmente o crime.
“Menos um!” - repetem aliviados taxistas, frentistas, donas de casa, empresários, funcionários públicos, diante do cadáver. Não importa como o infrator foi morto, importa que ele era um bandido e que isso já basta para justificar a sua morte, não entendendo a sociedade que “bandido bom, não é bandido morto”, se a sociedade acreditar nisto será uma negação à Democracia e ao Estado de Direito que com tanta luta conseguimos.
* Capitão da Polícia Militar do Acre, tutor da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp),
especialista em Gestão Estratégica em Segurança Pública.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Comunicação: a virtude e os transtornos do diálogo
Talvez o pior sentimento que um paciente precisa enfrentar é as constantes mudanças que a doença causa ou pode ocasionar, e muitas vezes a falta de informação diante a isso é tão depressiva quanto às todas as reações psico-sintomáticas da enfermidade. O paciente busca com ansiedade respostas, caminhos e em muitos casos o seu meio não está preparado para tais, já que ninguém do seu círculo afetivo se prepara em seu cotidiano para enfrentar tais situações, de outro lado os profissionais em demais desafios vivem, dentro da atual realidade, sobrecarregados, mental e fisicamente tão despreparados, ou mesmo por autodefesa se distanciam ou se anulam diante os muitos fatos vividos pelo enfermo e os seus entes queridos.
O que responder a uma pessoa que têm constantes questionamentos, estes maiores muitas vezes que suas próprias esperanças, diante do estado crítico que enfrenta posição que o impede até de perguntar? O que dizer a uma pessoa que necessita escutar o que talvez seja impossível de dizer? Até onde vai a vontade própria e o respeito a essa quando a doença levou do paciente a vontade de lutar e o continuar de um tratamento? Entre todos os efeitos colaterais de uma enfermidade como o câncer para um paciente talvez o mais doloroso sejam os questionamentos, o medo de não ter respostas e destas não chegar ao seu real objetivo, mais do que se sentir enganado, ou muitas vezes invadido.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
O eleitor está frio e distante
por Paulo Moura
Professor[25/09/2008]
Nos últimos meses tive oportunidade de viajar por vários municípios do interior do Rio Grande do Sul e, com raras exceções, na maioria deles tive a impressão de que não está acontecendo uma eleição. Conversando com agentes políticos ouvi o mesmo relato sobre outros municípios do estado. Não sei se o mesmo está ocorrendo no resto do país, mas tenho a impressão que sim.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Nepostismo? Ameaça a Democracia
O termo nepotismo aparece regularmente nos noticiários brasileiros, entre manchetes, polêmicas e decisões judiciais. A prática no país, que pode ser fruto das capitanias hereditárias e nomeações portuguesas do período colonial, continua sendo exercida com tranquilidade pelo poder executivo. De acordo com o Dicionário de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, a expressão deriva de nepos, espécie de escorpião, cujas crias assentando-se sobre o dorso materno, devoram-no pouco a pouco.
O ato seria nada mais do que favorecimento pessoal, meio encontrado por governantes de visar somente o seu interesse particular e de parentes. Usando da autoridade e da representividade conseguida pelo ato eleitoral, políticos nomeiam um ou mais parentes próximos para o serviço público, facilitando favores. Algo que normalmente pode ser visto ainda na esfera pública, entre funcionários públicos concursados, principalmente em cargos importantes. Esta indicação familiar é comumente chamada de “pistolão” ou mesmo “empreguismo”.
Uma prática antiga
O “nepotiar” é uma realidade antiga do Brasil, que esconde mil facetas e está longe de ser banida. Porém, a ação não é exclusividade brasileira. O nepotismo já era algo debatido pelos franceses antes de sua Revolução (1789). Talvez teve seu surgimento no Feudalismo, ou bem pode ser parte da mente humana de controle a partir do poder. O costume milenar é algo próximo ao controle tirano, em que o poder precisa ficar na mão de poucos para assim obter o controle total. Algo que para muitos deve ser exagero quando se trata apenas de uma indicação familiar, o nepotismo mediaticamente quase sempre é visto apenas como um simples arranjo político.
A sociedade vê com má fé a violação aos princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa, assim como o Ministério Público Federal que recentemente pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigasse a contratação de parentes do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), do deputado Ciro Nogueira (PP-PI) e do senador Efraim Moraes (PFL-BA) sem concurso público. O advogado goiano Felipe Mendes afirma que vê a “nomeação de parentes” como uma perda da política brasileira. “Quem perde com esta falta de compromisso não é só a União e tão pouco o Presidente da República, é a população que precisa cada vez mais contribuir com o rombo do setor público e a perda dos benefícios sociais.” Também contrária ao nepotismo, a dona de casa Eliseth Araújo acha que os políticos contratam parentes e amigos próximos para acobertar seus desvios.
O nepotismo, assim como a corrupção e outras falhas políticas, faz com que o país seja desigual, até mesmo desumano. Pois é preciso estar ligado ao poder para se beneficiar de direitos básicos de cidadania. O desvio de dinheiro e benefícios está na maioria das vezes ligado ao favorecimento pessoal de membros dos três poderes. A sociedade perde não só o respeito pelos seus representáveis, como também, a garantia de que a Constituição e a Democracia são respeitadas como foro de cidadania.
Atitudes “nepóticas” engrenam a política do favorecimento, do enriquecimento ilícito, da minorização do poder. O que resulta ao país uma imagem de regresso colonial, onde o absolutismo nomeia motivado pelo interesse pessoal, seja ele religioso ou então simplesmente mercantil (contemporâneo capitalismo). Sejam facetas realizadas por um presidente da Câmara, como Severino Cavalcanti ou pelo prefeito de um Distrito qualquer. E tão pouco importa se os beneficiados são diplomados ou mesmo analfabetos. A discussão se parte pelo princípio, o nepotismo é o ato da morte, da morte da democracia.